É inegável que a música instrumental brasileira foi enormemente enriquecida pelo experimentalismo e inovação do Grupo Uakti, que em suas quase quatro décadas de trabalho ininterrupto conquistou amplo reconhecimento, tanto nacional quanto internacional. Ao final de 2015, após um intenso ciclo de trabalho musical, surgiram outros desdobramentos. Artur Andrés – compositor e flautista – depois de dedicar 37 anos ao grupo, sentiu a necessidade de registrar e dar vida às suas próprias obras musicais.
No concerto “Ensemble”, Artur é acompanhado por um grupo de excelentes músicos de Belo Horizonte de uma nova geração, entre eles Alexandre Andrés, José Henrique Soares, Natália Mitre, Bruno Vellozo e Rafael Alberto (primeiro percussionista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais), além da pianista Regina Amaral, com quem Artur mantém um duo de flauta e piano há mais de três décadas.
Na visão de Artur, a história do grupo Uakti foi marcada por diversos encontros e parcerias, dos quais dois foram extremamente importantes. Milton Nascimento, que desde 1979 convidou o grupo para participar de vários de seus álbuns gravados desde então, além de incluir em seu contrato com a gravadora Ariola a gravação de três álbuns solo do Uakti. Posteriormente, o renomado compositor norte-americano Philip Glass repetiu o gesto, concedendo ao grupo um contrato com sua gravadora Point Music, em Nova York, para a gravação de quatro CDs lançados mundialmente pela Philips Classics/Polygram. Naquela época, as grandes gravadoras desempenhavam o papel de lançar o trabalho de jovens compositores e instrumentistas, garantindo a qualidade de seu produto artístico. Hoje em dia, no Brasil, bolsas, auxílios e programas governamentais como o Natura Musical, o BDMG Instrumental, o BNDES, entre outros, cumprem, em escala muito menor, esse papel de avaliação de novas obras.
É necessário que os artistas consagrados sigam o exemplo de Milton Nascimento e Philip Glass e reconheçam a importância de lançar jovens músicos e compositores, para que sua música alcance um público mais amplo. Portanto, Artur propõe incluir no repertório do “Ensemble” composições dos músicos que fazem parte do grupo.
Currículo
Doutor em Música pela UFMG, Artur também leciona flauta e conduz oficinas de performance nessa universidade. É membro fundador do Grupo Uakti – Oficina Instrumental desde sua formação em 1978, onde desenvolveu um dos trabalhos mais inovadores da música instrumental brasileira, com amplo reconhecimento nacional e internacional. Ao longo das quatro décadas de existência do grupo, Artur pôde desenvolver, paralelamente à sua carreira como recitalista e concertista, a linguagem da improvisação musical, bem como seu trabalho como compositor e arranjador. Diversos CDs do grupo incluíram composições e arranjos de sua autoria. Foi também diretor artístico do CD “Planetário” (Natura Musical, 2015), último disco do grupo, que inclui oito composições suas, todas escritas para orquestra de cordas em diálogo com os novos instrumentos acústicos do grupo. Como compositor, assinou as trilhas sonoras dos longas-metragens “Território do Brincar”, dirigido por David Heeks e Renata Meireles (Instituto Alana – 2015) e “Ana, tushos de peixe” (2006), premiado longa-metragem do diretor russo Kirill Likhanovsky – Prêmio “Young Look” no Festival de Cannes de 2006 (França) e Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema de Sófia em 2007 (Bulgária). Recentemente, em parceria com o compositor Alexandre Andrés, compôs a trilha sonora original do premiado longa-metragem “Foro Íntimo” (2017), dirigido por Ricardo Mehdeff – Prêmio Internacional de Melhor Longa-Metragem no Festival de Buenos Aires e Prêmio de Melhor Ator no Festival de Avanca, em Portugal. Em colaboração com Alexandre, também compôs a trilha sonora do documentário “Arte e Transcendência”, sobre a vida e obra da artista plástica Maria Helena Andrés, com estreia prevista para março de 2018.
Paralelamente ao trabalho com o UAKTI, ele sempre desenvolveu intensa atividade como recitalista, flautista e compositor. Com o DUO de Flauta e Piano, construiu uma obra musical diversificada ao longo de trinta e oito anos, tendo gravado sete CDs: Encontro Barroco I (1984), Encontro Barroco II (1985), DUO (1999), Cantos e Ritmos do Oriente (2002), Hinos, Orações e Ritos (2004) e “Viagem a lugares inacessíveis” (estes últimos quatro trabalhos incluem exclusivamente obras de GIGurdjieff/Hartman). Como escritor, é autor do livro “Uakti: um estudo sobre a construção de novos instrumentos musicais acústicos”, publicado pela C/Arte (2004).

MAPA DE PALCO / RAIDER TÉCNICO
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Artur Andres
https://www.facebook.com/artur.andresribeiro
https://www.youtube.com/watch?v=2jVP37Ums58
(“Suite Aldebaran” para vibes/marimba e Orquestra de Cordas)
https://www.youtube.com/watch?v=8bjh2yC1Vhw
(“Arrumação” – show julho/2017)
(Recording in video of “Programa Agenda” – Fevereiro de 2019)
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